BIXACEAE

Bixa arborea Huber

Como citar:

Daniel Maurenza de Oliveira; Tainan Messina. 2012. Bixa arborea (BIXACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

5.131.025,077 Km2

AOO:

200,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Não endêmica do Brasil; ocorre nos Estados do Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro (Lleras, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>Bixa arborea</i> é uma arbórea de ampla distribuição, sendo encontrada nos biomas Mata Atlântica e Amazônia. Estudos fitossociológicos indicam que a espécie é bastante freqüente nas áreas de ocorrência, sendo encontrada em até 266 indivíduos por hectare. Possui EOO superior a 20.000 km², por tanto a espécie não está em risco de extinção.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Bol. Mus. Goeldi Hist. Nat. Ethnogr. 6: 87. 1910.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: Em estudo da estrutura fitossociológica de um trecho de vegetação arbórea no Parque Estadual do Rio Doce, no Estado de Minas Gerais, foram amostrados um total de 126 indivíduos em uma área de 0,55 ha (Lopes et al., 2002). Em estudo em área revegetada na Floresta Nacional do Jamari, no Estado de Roraima, foram estimados um total de 200 indivíduos por hectare (Rodrigues, 2009).

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em floresta ombrófila densa e floresta estacional semidecidual (Werneck, 2009).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland
Detalhes: Caracteriza-se por árvores pequenas, de 4 a 5 m de altura (Pinheiro et al., 2005).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O modelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumento significativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno de natureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala de funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado às políticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longo das estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina, exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agricultura mecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento das atividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legal brasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no período de 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessa região, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileiro criou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontar soluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
Ação Situação
4.4.3 Management
Espécie em Unidades de Conservação (SNUC): Reserva Extrativista Chico Mendes, no Estado do Acre; Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú, no Amapa; Reserva Florestal da Companhia Vale do Rio Doce e Reserva Biológica Córrego do Veado, no Espírito Santo (CNCFlora, 2011).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Confecção de ferramentas e utensílios
​Por apresentar madeira muito leve, partes de seus ramos são utilizados como flutuadores de espinhel (Pinheiro et al., 2005).